Vida Multipolar

A Paz foi crucificada nos calvários de todos os messias,

A hipocrisia brilha em nossos inertes sorrisos e olhares,

As culturas foram violentadas enquanto estavam velando,

As crianças são adultos em um parque de diversão enferrujado.

Fomos vendidos a tantas dualidades antes de nossas concepções,

O sorriso das estrelas no céu só aprisiona os crédulos românticos,

A semente da vida precisa da morte para frutificar nossas almas,

Nossas falhas e virtudes são os nossos implícitos cativeiros fugazes.

O beijo suave e intenso de quem te ama é uma babilônia ecumênica,

Os corredores estão vazios, as luzes estão apagadas, fingir é vital.

O reflexo da água me olha, e sinto que a alma me odeia com civilidade:

_Estou perdido nos escombros de tantos jarros secos e vazios.

Filhos tão protegidos e distantes de si mesmos e dos pais,

Pais controladores e afogados em suas próprias razões,

A borboleta voa lentamente em cima de nossos lares enfermos,

Mas ninguém sente o arco-íris das vicissitudes nas metamorfoses.

O odor dos lírios, antes do suicídio, aspirado judaicamente por Judas,

Metrópoles cheias de diversões e discussões letradas e moribundas,

Escolas e seitas a afogar lentamente a razão bipolar de nossas casas,

Os salvadores deveriam ter morrido em seus desertos espirituais.

Acendo uma escuridão no labirinto de viver nessa jornada desconhecida:

Os jovens se decapitam pelo tédio, os adultos jazem no casulo da inveja,

O pregador das verdades evolutivas se levanta no púlpito da mentira:

_ Somos os embustes que não desejamos nos ver em nosso opaco mundo.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 12/06/2015
Reeditado em 12/06/2015
Código do texto: T5274714
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