Veneno em mesa posta

Passa o dia

Transpassam as horas

Me dou conta do agora

Desse agora estou tão dentro

Só o tempo passou lá fora

Sei se vivo estou?

Ou se inventei uma existência

Na abstinência transitória por falta

De um viver, não se completou?

Não passa de filosofia

De um coração descascado

A polpa dos sentimentos exposta

Tem sabor acre de um doce

Veneno em mesa posta

Durmo em meu braço alheio

Distante da insensatez

Dobro minha própria esquina

Apresso-me ao encontro

Para não ser tarde mais uma vez

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 16/06/2007
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