TALVEZ

Talvez eu ainda perceba

Que a vida não é só veneno

Que ainda não sou sempre um erro

Que nunca terei eu mesmo

Talvez eu ainda perceba

Que a vida não é só sensatez

Que nunca serei o primeiro

A querer embriaguez

Talvez eu ainda perceba

Que a vida é sempre um brinquedo

Que se pode quebrar com o tempo

E se arrumar outra vez

Talvez eu ainda perceba

Que a vida é sempre uma dança

Com um ritmo que sempre encanta

Com uma linguagem da esperança

Talvez eu ainda perceba

Que a vida não é só lembranças

Provocadora de esperanças

Construídas na ignorância

Talvez eu ainda perceba

Que a vida não é só felicidades

Produtora de embates

De pessoas que nos invadem

Talvez eu ainda perceba

Que a vida não é só o que me fez:

Dançarino, poeta, instintivo e alerta

Nos caminhos do talvez!!!!