Vento

Eu falo com o vento,

O vento não me responde.

Ele não me consegue ouvir,

E as minhas palavras

Se desvanecem

Ao som da melodia que se escuta,

“A sonata dos deprimidos

E dos que ainda não sabem

O que fazer com a vida”.

A fé dos Homens é infinita.

Mas, e se o infinito tiver fim?

O que será de nós?

E o que será daqueles que não acreditam?

Eu falo com o vento

Sobre os nossos medos,

Os meus medos.

Se o vento que sopra hoje

É o mesmo que soprou ontem,

E o mesmo que sempre soprou,

Então só ele deverá saber.

Só ele terá a resposta

Para as perguntas dos imortais.

Eu falo com o vento

E ele responde-me,

Mas eu não compreendo o que diz.

E tanto eu como o vento

Ficaremos neste impasse de comunicação

Até um de nós ceder.

Sérgio Peixoto
Enviado por Sérgio Peixoto em 21/07/2015
Código do texto: T5319019
Classificação de conteúdo: seguro