ALENTO

Aquele vento levou a finitude

e suas ambições primitivas e levianas.

Aquele abraço dissipou a aversão

e seus labirintos de enganos e ceticismo.

Aquele sorrir agregou a eternidade

com a unidade indissolúvel do espírito.

Aquela esperança validou a vida,

com a sua aparente incoerência e transitoriedade

Aquele olhar reverenciou a beleza

e seu místico código dual.

Aquela entranha celebrou o instante,

na proporcionalidade da célula com o segundo.

Aquele laço consentiu o desatar

e sua posterior autonomia da estima.

Aquele amor se autodefiniu o sentido

como o eco premedita o efeito.

Aquele pincel concebeu a imagem

com seu baile de contrastes e espontaneidade absolutas.

Aquele homem não cessou a caminhada

mesmo submisso ao compasso da natureza.

Aquela poesia aterrissou no infinito

e refletiu no finito o Poeta Imaterial.

Rafael Gustavo Vieira
Enviado por Rafael Gustavo Vieira em 02/08/2015
Reeditado em 06/06/2018
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