ALENTO
Aquele vento levou a finitude
e suas ambições primitivas e levianas.
Aquele abraço dissipou a aversão
e seus labirintos de enganos e ceticismo.
Aquele sorrir agregou a eternidade
com a unidade indissolúvel do espírito.
Aquela esperança validou a vida,
com a sua aparente incoerência e transitoriedade
Aquele olhar reverenciou a beleza
e seu místico código dual.
Aquela entranha celebrou o instante,
na proporcionalidade da célula com o segundo.
Aquele laço consentiu o desatar
e sua posterior autonomia da estima.
Aquele amor se autodefiniu o sentido
como o eco premedita o efeito.
Aquele pincel concebeu a imagem
com seu baile de contrastes e espontaneidade absolutas.
Aquele homem não cessou a caminhada
mesmo submisso ao compasso da natureza.
Aquela poesia aterrissou no infinito
e refletiu no finito o Poeta Imaterial.