Irmã Baleia, a Rainha do Mar

No inverno, nos convida a caverna

A entrar, se recolher, ficar quietinho

Na noite escura, fria que parece eterna,

Entra dentro de si mesmo sozinho...

Neste clima de reflexão e recolhimento

Vive oculto, sob a imensidão do oceano,

O Ser gigante que se move lento,

Com sua cauda enorme em abano

Pelos mares, navegando e vigiando,

Cumprindo seu papel, bem escondido

Sob seu colossal corpo e ressonando

Conversa secreta em grunido.

Oh, irmã baleia Sagrada,

Que me leva ao mais profundo!

Onde eu não sei de nada,

No escuro oculto de meu mundo!

O medo me aflige, nesta escuridão!

Não quero ver o quanto feio sou!

Onde está meu coração?

E agora pra onde eu vou?

No mais sufocante submerso,

Onde sou amargo e perverso,

Já sem forças em ver-me a esmo,

Nas águas moradas da emoção,

Vou morrendo, em mim mesmo

Enfim, a irmã Baleia me dirigiu...

Por onde pensava estar só, ela me seguiu...

De verdade, seu amor foi minha proteção,

Dualidade: Agonia.. Consolo... diz sua canção...

Agora acordo no raso, já sem ferida...

O raio do sol já me dá guarida,

Dentro de meu Ser sinto ainda sua presença,

Sem julgamento, sem dor, sem sentença...

Posso agora avista-la e perceber

Sua majestosa cauda a abanar...

Baleia irmã, só tenho a agradecer...

Você é a Rainha do Mar!

Nayan

Aikun Auroram - 22/8/15

(Nome Espiritual de Saulo Lalli)