Poeta de alma
Bendita alma de poeta, que sempre me faz sentir demais
Bendita alma de poeta, que sempre me leva além
Bendita alma de poeta que me sensibiliza muito mais do que
[eu quero e espero...
Bendita alma de poeta
É bendita porque me faz bendizer a vida
E é bendita porque apesar de tudo me permite ter bons olhos
E também é bendita porque me traz sustentável leveza ao jeito de ser
Alma de poeta
Que me faz poetizar a vida
Poeta sempre sente demais
Ama demais
Se alegra em excesso
Espera até que as teias de aranha se desfaçam
Se entristece como a chuva que cai lá fora
Se apaixona pelo acaso
Exagera até o próprio exagero
E se odeia... bom, é só um "e se"
Poeta ouve Deus falando na brisa suave que bate na janela
Poeta ouve Deus falando no vento fresco que corre do alto do
[Chapadão de Pipa.
Poeta ouve Deus falando desde o amanhecer até o pôr-do-Sol
Poeta dá as mãos pra tudo o que é belo
E poetiza aquilo que não faz sentido
Poeta chora porque é sensível
E às vezes chora porque é sensível demais
Poeta tem a alma livre,
desaprisionada - sim - até da própria liberdade
Bendita alma de poeta
Que faz eu me apaixonar por olhos doces
E desconfiar de olhares descuidados
E sempre me preocupar com olhares desconfiados
Ah, alma de poeta
Que me faz poetizar até a xícara de café
Bendita alma de poeta
Alma que dança com as estrelas da Lua Nova à Lua Cheia
Bendita alma de poeta que não pedi pra ter
[mas Deus quis me abençoar de forma ímpar
Alma de poeta que insiste em poetizar o trágico
que insiste em poetizar o "impoetizável"
e descomplicar o complicado
que poetiza a vida
e sorri enquanto vê o Sol se pôr
da janela de casa
do alto Chapadão de Pipa
de Santorini
e de Madagascar
Bendita alma de poeta
que me ampliou a visão para além das entrelinhas
Bendita alma de poeta
presente de Deus pra vida...
Ah, minha alma de poeta...