O menino e o velho

Quando menino, pensei criança

até crescer e enxergar ser homem, e viver!

A vida, essa escola desconfiável, cheia de tempestades e bonanças,

ensina o norte do sul e o sul do norte,

a depender dos Equinócios que vivamos.

A velha sabedoria se apossa do menino

e do homem.

Sabedorias diferentes para um mesmo fim dos dois.

Quando releio os anos vividos, vejo-me um Bobo,

sem corte, sem circo, quase sem nada.

Envelhecer é doce quando parecemos crianças

nas atitudes maduras dos homens,

sem nomes, sem neuras, cheio de encantos.

Quando me esqueci do menino,

a criança desapareceu, o homem adoeceu,

e o velho, quase morto, chorou, impiedosamente,

envelhecido, sem o tempo, sem o sorriso, sem o sono,

sem o amor?