Dias imensos...

Peço ao orvalho que me seque de qualquer desprazer

E me envie o sol antes do dia,

para que no remanso da maré

eu vire um peixe,

e enquanto anjo reespere a lua

chegar viçosa e bela no céu do meu céu,

aonde há um casulo cultivando um deus menino.

Madrugo antes da meia-noite

ouvindo as valsas vienenses e comendo amoras,

sorrindo para que a vida não me deixe e vá embora

para terras outras que não me interessem.

E então peço ao mesmo orvalho o falo da noite

e as graças do dia.

Sinto que o homem é feito de pólvora e envelhece rápido,

E nado, nado, nado,

tentando oceanar minha travessia,

encher-me de um rio de amor e de alegria

e dizer-me que finito e pequenino eu sou,

mesmo tendo um grande amor

e que algum dia eu morra.