Pé de dedo.
Pé de dedo.
Semeei cutículas na terra.
Em tempo de paz e de guerra.
No raro e suspenso jardim.
Entre tomates pimentas e jasmins.
Entre boldos e girassóis.
Melancias laranja e sóis.
Sob o olhar cauteloso.
No terceiro andar do meu olho.
Toda semente jogada.
Naquele canteiro estranho.
Brotando de forma insana.
Atraindo o passarinho “Quintana”
Pairando como colibri.
Querendo atrair para ti.
Todo o encantamento da vida.
E tu, alheia; perdida,,,
Entre cuecas, lençóis.
Sob a chuva e o sol.
Atrás o velho varal.
Está meu “Éden” e o sal.
O pólem que traz a abelha.
Aquele fio de centelha.
Que brilha no pavio da vela.
Que o meu anjo revela.
Eu quero a horta florida.
mostra-la para meus netos.
Que tu percebas a vida.
Que existe neste afeto.
Que afasta de nós todo medo.
E vou plantar minha pele.
No meio do nano-arvoredo.
E ver nascer pé de dedos.