O eu e o tu

O Eu. O dilema do Eu:
O dilema do Eu
É que o Eu sem o Tu
Não pode nominar-se – Eu.
De si, não pode diferenciar-se
sem o Tu, o Eu.

Com o Tu, outro dilema:
Tornar-se Nós.
Que não é mais
o Eu ou o Tu
Mas outra coisa
Diferente de um e de outro.

Que às vezes se estranha,
às vezes se reconhece;
Às vezes se renega,
Às vezes se acolhe;
As vezes se detesta,
Outras, se ama.

O Nós.
O dilema do Nós:
O dilema do Nós
É que sem o Eu e o Tu
Não pode nominar-se – Nós.

Não existe por si, o Nós
Senão atado ao Eu e ao Tu
Por uma louca matemática
Que dividindo, multiplica
E diminuindo um pouco de si
- Do Eu e do Tu
Soma outras grandezas
- a um e a outro.

Que às vezes se estranham,
às vezes se reconhecem
Às vezes se renegam,
Às vezes se acolhem.
As vezes se detestam,
Outras, se amam.

Um território estranho
Ao Eu e ao Tu
De fronteiras
em permanente construção
É o Nós

Às vezes temido
outras, intensamente desejado.
Sempre, e eternamente espelho
Do melhor e do pior
Do Eu e do Tu.
Sempre, e eternamente
Única possibilidade de plenitude.

Única Saída: Perca-se de si e ganhe em troca sua alma.
Fátima Castanheira
Enviado por Fátima Castanheira em 07/05/2016
Reeditado em 17/09/2016
Código do texto: T5628451
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