idiossincrasia*

me dei conta de repente

que nunca tive uma namorada

Maria

essa mulher que devia

encher-me os lábios de mel

conhecer-me cada ponto do corpo

e muitos da minha mente

que precisava de novo nascer

pra que então pudesse ver

não

com quantos paus se faz a canoa

mas o quanto que a vida é boa

quando se tem uma mãe

e até uma namorada

Maria

aquela que me dissesse um dia

aonde é que eu deveria

encontrar o meu chinelo

ou se as minhas qualidades

ficaram escondidas no armário

esperando pelo inventário

que tivesse razão de ser

Rio, 14/07/2007

*quinto e poema final da série “meta-se com a minha vida”