Sobre as coisas que nunca haveremos de saber.

Sempre

As coisas ainda são

e pra sempre serão

do jeito que elas estão

e serão pra sempre assim

Algumas sob o nosso chão

E jamais serão encontradas

Muitas, diante de nossos olhos

e mesmo assim, não poderão

Jamais ser vistas

Pois os mesmos ventos

Que as trazem e as entregam

Carregam em si mesmos

Todos os entraves

Que tornam graves nossas vozes

e todos os medos que nos cegam

e assim como permanecem por anos

se vão um dia, velozes

Não foram parte integrante de nada

Não estavam nos planos

e se vão pra sempre

Morar nas estrelas

Que apesar de serem tantas

Mesmo que você, pra sempre as conte

Jamais haveremos de saber ao certo

Quantas elas são

Ou onde estão aquelas

Que se encondem nos confins

de algo que é e pra sempre

Será o Universo sem fim

E nos envia de lá

Tantas luzes

A todo momento

E mesmo assim não nos alcançam

Enquanto isso

Anjos e coisas ruins

Cantam e dançam

Longe de você

Perto de mim

Fazem festa sem compromisso

Luz e sombra

Nenhum som e pouco viço

Tudo aos extremos

E há de ser até o fim

Pra sempre assim

e, apesar de tudo isso

Ser eterno

Jamais saberemos

Edson Ricardo Paiva