PANTEÃO CÓSMICO

Desonram os ventos aos menestréis da natureza

E trapaceiam da virgindade deveras pequenina

Trilhas verdes dentro do mato que são uma sina

No alvorecer das nebulosas manhãs e da incerteza.

Ludibria o sol do cerrado e das vertentes campinas

Cinzentas nuvens carregadas de magistral perfume

Donde se percebe o alcorão que traz da vida o lume

E se espalha pelo verdor postiço de cruéis lamparinas.

Engana a lua dos amantes debaixo de finíssima chuva

Que ensopa dos canapés o átrio da restinga impura

Inundando de orvalho os capins de sutra ribanceira…

Letal retrato duma paisagem hostil e ainda apócrifa

Que faz das reminiscências enlevo de quem é apóstata

Perante astros cadentes e fugidios da abóbada feiticeira!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 25/11/2016
Código do texto: T5833998
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.