Desvirginada
Olhou-me
Dentes de lobo
Beijou-me
Como serpente
Lembrei-me
Lembro de novo
Lembro-me sempre
Tocou-me
Harpa sem corda
Dedilhou-me
Violão arranhado
Canção de hipócrita
Desejo indecente
Coração demente
Fitou-me
Olhou-me na toca
Traiu-me
Jogando bola
Tudo roubado
Juiz comprado
Não prestas?
Não... eu que não creio...
Rasgou-me a virgindade
Perdi a dignidade
Quando enredada
Na tua falsidade
Se prestas?
Não sabia e não sei
Fiquei à toa
E tu, Ateu.
Rose de Castro
A ‘POETA’