Desvirginada

Olhou-me

Dentes de lobo

Beijou-me

Como serpente

Lembrei-me

Lembro de novo

Lembro-me sempre

Tocou-me

Harpa sem corda

Dedilhou-me

Violão arranhado

Canção de hipócrita

Desejo indecente

Coração demente

Fitou-me

Olhou-me na toca

Traiu-me

Jogando bola

Tudo roubado

Juiz comprado

Não prestas?

Não... eu que não creio...

Rasgou-me a virgindade

Perdi a dignidade

Quando enredada

Na tua falsidade

Se prestas?

Não sabia e não sei

Fiquei à toa

E tu, Ateu.

Rose de Castro

A ‘POETA’

Rose de Castro
Enviado por Rose de Castro em 30/07/2007
Código do texto: T586117