ALÉM DE TODAS AS COISAS

Prefiro estar em lugar algum.

De olhos perdidos, encontro

o gosto do nada na boca.

Despida de sonhos, descubro

quem nunca serei.

Largada ao lado, centro

meus olhos nas telas.

Recrio-me,

eis o meu recreio.

No que mais não creio,

recreio.

Reencontro as larvas

que me hão de engolir.

Sou essa carne impura,

o corpo sem sombras,

útero vazio,

vagina em flor.

Sou quem sou:

alma calma

na palma da mão de Deus.

Viviane Rolando
Enviado por Viviane Rolando em 01/08/2007
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