vôo bumerangue

bumerangue de sangue

deixou molhada a parede

e eu ali te procurando

me achando um doce vampiro

pronto pra te recolher

dentro de um dia sem sol

dentro porém de minhas veias

dentro porém de minhas teias

para que tu não fugisses

e eu não te confundisse

com um bumerangue maluco

alucinado no mangue

que era o meu santuário

num vôo tão discricionário

ou era o meu sanatório

num vôo tão aleatório

como minha mente de vento

e o meu famoso intento

que era poder te vencer

ou era poder te dizer

que sempre serias tão minha

como as paredes da casa

que um dia se vão porque sabem

que dentro delas não cabem

o bumerangue e o sonho

e que onde quer que estejas

sigo alegre ou tristonho

no meu vôo dispersivo

que é só pra isso que sirvo...

Rio, 16/07/2007