PROFUNDO DO MEU EU

Abraços. Perdido neste labirinto de flores chorosas, buscando a saída para meu nada, abrindo buracos na terra pretendendo escapar de alguma forma.

Abraços. Correndo por todos os lados do intimo, maltratando as paredes mortas com socos. Logo a paixão por refugio me chama a distancia, pedindo-me para ser o vencedor dessa luta interna.

Os murmúrios, os clamores, vem de dentro. Está dentro. No mais profundo do meu eu, eu mesmo estou falando, no encosto do ouvido. Aprofundo-me no meu ser, quebro os muros, procuro-me. No mais profundo de mim, busco-me. Cansado, calado, impacientemente determinado. Arrasto-me na esperança de ver meu rosto. Obrigo minha carne a continuar, seguro pelos dedos do oposto para não o afogar.

Mergulho. Loucamente com um ar pacato, ameno, sereno. E de um desespero escondido ansioso para rever-me. A cada movimento mais uma janela rodeada de flores não aberta por completa, me diz mais do que os dias impacientes que tive quando rui as unhas dentro de uma musica. Nostálgico, persuasivo, flexível. Vicio...

Mergulho. Voltar, rever, nascer. Criando melodias sem pretensão de retorno, criando a chave para soltar todos os pássaros presos. Recriando o meu eu, e lá estou novamente, com um olhar sereno, a procura de mim, sendo observado atentamente nos arredores de mim. Lá estou nessa busca incessável, inquebrável. De rever e estar, sentir e abraçar.