Pilastras de Fogo

Ah, leve-me para este sem-mundo

De cores vastas, mergulhos

De quando se pegavam nas mãos as ostras

Nesse banho tépido e marulhar de ondas.

O fundo do mar é belo, acarinham-me

Suas pérolas lisas, seus matizes de prata

Refletidos no navio repousante

Que ali naufragara.

E discos multicores, vermelhos, amarelos, azulados,

Róseos ao anoitecer junto às sirenas,

Que me dariam beijos nas rochas,

Perfumando seus cabelos d’ouro com essências.

E o olho d’água me tomaria outra vez,

Em bolhas cálidas respiraria, em vagalhões

Atirar-me-ia, em línguas inflamadas,

Submersas correntes,

Flutuando por entre cavernas ocultas.

Fernando Munhoz
Enviado por Fernando Munhoz em 26/09/2017
Reeditado em 26/09/2017
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