Pilastras de Fogo
Ah, leve-me para este sem-mundo
De cores vastas, mergulhos
De quando se pegavam nas mãos as ostras
Nesse banho tépido e marulhar de ondas.
O fundo do mar é belo, acarinham-me
Suas pérolas lisas, seus matizes de prata
Refletidos no navio repousante
Que ali naufragara.
E discos multicores, vermelhos, amarelos, azulados,
Róseos ao anoitecer junto às sirenas,
Que me dariam beijos nas rochas,
Perfumando seus cabelos d’ouro com essências.
E o olho d’água me tomaria outra vez,
Em bolhas cálidas respiraria, em vagalhões
Atirar-me-ia, em línguas inflamadas,
Submersas correntes,
Flutuando por entre cavernas ocultas.