Minha Nação, minha Pátria, meu Povo
A chuva cai sobre as casas, sobre as árvores e sobre as ruas,
Eu vejo os sinos do silêncio e da solidão nos corações!
A maldade tira a própria máscara e a fria realidade é nua_
A realidade dói e nossos rios precisam enfrentar vários tufões.
Eu vejo a luz branca e áurea e cheio de chuvas da esperança fenecer
Dos corpos esqueléticos das crianças que não tem o que comer.
Enquanto a ganância e a inveja corrompem a alma humana,
Pois toda essa busca insaciável por poder e prazeres é fugaz e insana.
Eu vejo a neve cintilar nas verdejantes colinas prateadas,
Milhares de soldados despedaçados e terras e aldeias saqueadas,
Eu vejo o clamor e as lágrimas longínquas das mulheres e crianças_
No rufar do descaso, no seio do lar elas são molestadas e mutiladas.
Eu vejo a dor secreta dos homens, dos solitários e idealistas;
No peito tantos sonhos mortos; na alma, corações duros e materialistas.
Eu vejo a vil traição dos amantes, das famílias, dos líderes e governantes;
Ninguém ouviu o grito da liberdade nas margens de nossos brados retumbantes.
Eu sinto a chuva cair e cintilar nas verdejantes colinas prateadas,
Eu quero cantar sobre novas alegrias e firmes estradas,
Eu quero que a minha nação deixe de ser iludida e enganada,
Eu quero lindas árvores frutíferas que floresçam em nossa alma desamparada.
Eu vejo os teus filhos e irmãos fugirem de suas lutas cotidianas
Deitados eternamente estão os enfermos e cidadãos nas hospitalares camas.
Nossos bosques e lindos campos são carbonizadas tumbas profanas,
Pois o penhor da igualdade só gerou mais dívidas, sangue e mediocridades.
Eu vejo o impávido colosso cujo futuro reflete tantas desigualdades e fraquezas,
Ao som dos mares, das florestas e ar poluídos estão as tuas riquezas???
As glórias do passado são um país saqueado e milhões de nativos dizimados???
A clava forte da justiça abandonou milhões de cidadãos desempregados!
Terra amada, nação calada;
Amigos apunhalados, inimigos dissimulados;
Jovens flagelados, mães assoladas;
Massas manipuladas; religiosos e juízes bitolados;
Cidades faveladas e discriminadas; senado famigerado e despudorado.
Eu me banho na chuva que despenca das verdejantes colinas prateadas,
Eu quero que todos se amem e se abracem até nos vales da madrugada,
Eu quero que a minha nação finalmente acorde para uma vida renovada,
Eu quero lindas árvores frutíferas que floresçam nesta alma tão cansada.
Quem terá piedade desta nação: tão rica, formosa, bela, mas enclausurada, desfigurada,
Frustrada, desarmada, enganada, roubada, soterrada, atropelada, alienada??
Ó meu país_ eu te choro verdadeiramente. Será que ninguém vê e não faz nada??
Brasil_ tu és uma nação colossal, forte, esquecida, porém radiante e estrelada.
Eu vejo o meu vasto e miscigenado povo, a minha pátria, a minha nação_
Filhos deste solo e desta terra adorada sendo massacrados e ludibriados!
Salvem! Salvem à nossa pátria amada da corrupção e da desolação;
Venham! Construamos a paz, a justiça, o progresso e a educação
De nosso lábaro tão sofrido, tão escarnecido, porém estrelado e sagrado!!!
Gilliard Alves Rodrigues
Acaraú, 06 de fevereiro de 2018.