POEMA QUE ECOA

"Meu avô sabia o valor das coisas imprestáveis.Seria um autodidata? Era o próprio indizível pessoal."

Manoel de Barros

Às vezes tenho a impressão

De que tudo que falo ou escrevo

Estará perdido no tempo.

Abandonados à própria sorte,

Meus versos se desfarão em pó e areia;

-São edificações que balançam ao vento,

futuras ruínas incompreendidas

Onde nenhum olhar jamais sentiu deleite ou gozo.

Por isso escrevo o Agora.

O instante é meu cúmplice.Minhas palavras

Respiram comigo e pulsam no movimento

De meus dedos- inquietas,trêmulas,

Como o arfar de um último suspiro...

Grito numa terra de surdos!

Sou Grilo inútil para o silêncio dos tolos

Ecoando eternamente.

Recife, Agosto de 2007.

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 27/08/2007
Código do texto: T626649
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