TUAREGUE
Nadir A. D’Onofrio

Nunca de ti afastei-me
como anjo, teus passos orientei.
Fiel guardiã... até da morte lhe salvei.
Em outras eras já me pertenceste,
uma estória de amor, que no tempo
transcende, milênios se passaram...
Quantos reencontros, tantos personagens,
Representados no palco da vida.
Escravo, mendigo, rei e rainha.
Mas o Senhor dos Tempos
interferiu em nosso destino,
nossas veredas, mais uma vez cruzaram.
Quando minha caravana passou,
como uma miragem avistei, um tuaregue que acenava.
Dizia, estar perdido... perplexa questionei-me:
Perdido no seu próprio habitat o deserto?
Só pode ser artimanhas do destino!
Nele não acreditei, tentei
prosseguir viagem não consegui,
uma força maior impelia-me em sua direção.
Receosa aproximei-me,
Ahhh! ... esses olhos... idênticos, só pode ser ele...
o homem que tanto amei!
Ainda não crendo, fitando aquele olhar sereno que
lembra a cor e sabor do mel indaguei:
Quem é você, está mesmo perdido?
Estremeci ao ouvi-lo responder...
Era o mesmo timbre de voz, que em
minh`alma nos primórdios dos tempos,
como tatuagem marcou.
Segurando meu rosto, tremulo
pude sentir a maciez de suas mãos.
Como pairasse ainda minha dúvida,
fez sua voz no, deserto ecoar...
Reitero minha promessa
feita através dos séculos!
Teus dias, serão festa de luz
No teu jardim, renascerei
Nas estrelas me encontrará,
Sob a luz do luar meu sopro sentirás.
Fostes é e serás sempre minha!
Em todas as rondas da vida,
será inevitável nosso reencontro.
Por toda eternidade, jamais deixarei de te amar!
Assim mais uma vez, meu amado reconheci.
Seu código... estava inserido
nas palavras, que jamais esqueci!

15/06/2005
Santos/ SP
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