O VELHO DOUTOR

Contam os antigos habitantes daquele pacato interior.

Que há alguns anos, viveu naquela cidade, um doutor.

Que tinha métodos diferentes e da cura era praticador.

Homem das ciências, mas que por Deus tinha louvor.

Tinha um grande coração, e era repleto de amor.

Uma simplicidade sem igual, e um jeito gratificador.

Homem de poucas palavras, mas um grande orador.

Culto como poucos, era também um pacificador.

Seu consultório era lotado, pois lhe davam muito valor.

Atendia de manhã até noite, pois apreciava o labor.

Todo tipo de doença surgia na sua porta sem dissabor.

E de todos, os problemas, ele resolvia com esplendor.

Diziam que ele hipnotizava para curar com fervor.

O doente se desligava e acordava sentindo melhor.

A doença sumia como por um encanto, virava vapor.

As pessoas nada entendiam, mas agradeciam ao curador.

Com ele, rico e pobre não tinham diferenciador.

Ele atendia a toda gente, que precisasse do seu favor.

E não tinha problemas para receber, tudo servia de pagador.

Podia ser dinheiro, joia, galinha, porco ou um cobertor.

Era apreciado e respeitado na pequena cidade da qual era morador.

Cumprimentava a todos, com o seu esplêndido bom humor.

Ninguém discutia sua religião, se espírita ou católico servidor.

E nem ele nunca falou, só agia pelas mãos de Cristo redentor.

Morava no alto de uma serra, cercado de animais e natureza multicor.

Numa casa simples e singela, como era o seu jeito de sempre se impor.

Casado com uma mulher que gostava de tê-lo como mentor.

Um lugar próximo ao paraíso, com tudo de belo e encantador.

Quando morreu, houve um luto geral pela perda do doutor.

Muitas lágrimas derramadas, solidárias pelo ilustre benfeitor.

Um vazio ele parecia ter deixado, e a todos causava dor.

Pois para um homem deste porte, tal fato é desolador.

Alguns anos depois, fatos começaram a ocorrer, foi comovedor.

Pessoas começaram a vê-lo, nos quartos dos hospitais, era assustador.

Ele curava doentes, receitando remédios dos quais era conhecedor.

E trazendo crianças ao mundo sem ajuda de um médico interventor.

E a alegria voltou aquela cidade, que mesmo após a morte, tinha seu salvador.

Pois seu espírito liberto e popular, continuou a tratar de quem dele era credor.

E tornou-se para os seus seguidores, um santo, que sabia a barreira do mal transpor.

Se tornando conhecido e amado, até hoje, por quem da fé é detentor.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 16/08/2018
Código do texto: T6420563
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