Sou poesia e escrevo ao tempo

Sou tempestade que chega sorrateiro

Quando os sonhos trazem delírios e vontades.

Sinto dentro de mim algo improvável

Sinto certa felicidade, não sei.

Os sorrisos são enfeites de festas esquecidas

Um vinho doce e amargo

Que eu não bebo e nem sonho.

As estrelas tecem o infinito lacônico

Pelas madrugadas quentes desta terra.

Queria ser um furacão de emoções

Para saborear as tristezas lívidas dos poetas.

Sou morada da distância e do desespero

Que buscam prazeres e eternidade.

Os olhos da infância brincam num canto lúdico

De cores e sons, mas eu penetro firme:

Na ausência lírica de minha poesia amaríssima.

E tenuidade das esperanças escrevo em relevo

Os sentimentos pueris de um cristão sem fé.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 18/09/2018
Reeditado em 27/02/2024
Código do texto: T6452675
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