Cartão postal ao Brasil

De todas as histórias já contadas

Muitas já se repetiram

De tantas histórias já escritas

Muitas ainda surgirão

Germina na humanidade

Um olhar de cegueira

Que lhes contorce a mente

E instiga atitudes invertidas

Essa velha burrice

de aceitar a obediência

A ordem imposta

sob todos os sentidos

A deus a cura

Ao civil a segurança

Ao rei a fortuna

Ao pobre a desesperança

Já estamos cansados

da velha história

Onde o dominado

cava a própria cova

De toda a obscuridade,

de tanto autoritarismo e preconceito

Novos livros escritos

Mas continuamos em 1500

Caravelas, jesuítas, catecismo

A deus Tupã queriam extinguir

E roubar daqui

a cultura dos nativos

Eu lhe recordo, todo acordo

Todas as leis e imposições

Entre Cabral e a história

Criou-se a democracia, que pouco adiantou

O progresso é um mero comércio

Onde o empresário diz plantar árvores

Mas domina milhares de hectares

Desmatando e matando a humanidade

Plantaram soja, armaram pastos

E dizem que a economia é o futuro da nação

Mas nunca preconizam a liberdade

É só o interesse e a destruição

A cada história morremos um pouco

A cada escrita um pouco mais de guerra

Entre Cabral e o tempo

Sobrou a terra, mas a humanidade ainda morre

Todos morremos, com a injustiça, com o preconceito

com o fascismo, com a falta de direitos

Todos morremos

Mas a história nunca morre

Uma historia vívida nunca se apaga

Entre Cabral e a democracia

Eu pondero o direito à vida.

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 30/10/2018
Reeditado em 30/10/2018
Código do texto: T6490298
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