Domingo

Domingo, arquétipo da contradição

Silenciosa disputa entre o sim e o não

É paz e sossego, mas também é solidão

Entre os braços dos amantes é mansidão

Nos sonhos que lentamente morrem é desilusão

Na semana que se inicia é indefinição

Nos sonhos que o vento traz é ilusão

É perda na areia que escorre da ampulheta para o chão

Fé nas benesses e dádivas da estação

Parada estratégica do coração

Sono do vulcão em erupção

Apoteoso do talvez, da indefinição

É o vento sussurrando a canção

É a maré enchendo ou esvaziando a paixão

É o trem abandonado na vazia estação

É o repensar afogando a ação

É o erro implorando pelo perdão

É o tempo ministrando sua lição

É o enfrentamento da negação

A dificuldade de equilíbrio da razão

O questionar da dogmática religião

O descansar do insaciável tesão

O sangue arrefecendo a ebulição

O contra-feitiço quebrando a maldição

Lágrimas incontidas em vazão

É o seu jeito de cumprir sua missão ...

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Ello
Enviado por Ello em 11/03/2019
Código do texto: T6595226
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