CAMÕES SUFOCADO.

CAMÕES SUFOCADO.

-Harf!

-Ar, em fim!

-Tire de cima, esse outro que exclama.

-Que coita causo e dramas.

De duas européias cidades.

Escrevo um tanto sufocado.

Como Wells em “1984”.

Preconizando o agora.

-Ar, enfim!

Não sufoques o que há em mim.

Nem tão pouco os barões.

E os mares sem fim.

Estou ao lado de Dickens.

Ao lado; não sob.

Não é nada exagero.

Prefiro-o, porém; a poetas faroleiros.

Ponha-me no alto da estante.

Junto a Kafka e Jorge Amado.

Machado de Assis e Dante.

Ou ao Barão Rompante.

Naveguei tanto oceanos.

Inspirei todos os ares.

E provei de toda água.

Tenho o mundo na alma.

Quero-me junto aos grandes.

E olhar sempre tão longe.

Não sob ou sobre o linho.

Quero-me, como o vinho.

Ereto, ao lado perene.

Cantando e espalhando ao mundo.

Porque de vossas águas Febo ordene.

E não tenham invejas ás de Hipocrene.

Queiro-nos sempre acima.

De suas cabeças, nas rimas.

Na mão do súdito ou do rei.

Na pena forte do Inglês.

Nas duas cidades européias.

Eqüidistantes no tempo.

Mais que nos une na tecla.

Na tua biblioteca.

...E o sol que é eterna quimera...

Nasce também na Sibéria!

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 21/09/2007
Reeditado em 30/06/2011
Código do texto: T662434