Começo... meio... fim...

Quando o fim já é o começo

E o fim não é nada mais que nada

O meio se torna a história

Assim só a morte poderia tirar-te daí

Mas que engano dos tolos

Pobres coitados que pensam que a morte resolverá

A morte tornar-se-á o começo

Então perceberá que a única cura é o tempo

O tempo que não passa da história

Meio então percebemos, esperando pelo fim

O qual teremos que escrever

As idéias não faltam, tão pouco papel

Mas a coragem é falha quando temos que grafar com nosso próprio sangue

Pobres tolos que não sabem

Eles não sabem que temos muito sangue

Assim o fim se tornará uma nova história

E só no fim nos daremos conta que nosso começo não importa

Tão pouco o fim que teremos

Nem os amigos que deixamos pelo meio

Mas os que trouxemos conosco

São poucos os leais que estão ao fim

E esses já bastam para fazer-te feliz

A futilidade dessa preciosa vida

Só nos mostra que não há razão em viver sem o sorriso da criança,

Ou sem a sabedoria da natureza

Sabendo que cercamos a natureza

Mas que nunca a barramos

O homem é incapaz de aceitar o que não compreende

Destruindo assim sem dúvidas o deslumbre das coisas que não entende

Fazendo racionais impensantes

Tolerados intolerantes

Sendo o maior e melhor da caixa onde vive

Pobre dos tolos que não aceitam a enormidade

Dar-se-á um dia o homem a verdade?

Verdade de que é incapaz e insuficiente para desvendar os mistérios de si próprio.

Que todos mostrem seu lado divino

Admitindo que também pecam e nada seriam se não o fizessem

E não percebendo que o fim

Não é nada mais que nada

Passam a vida tentando que os outros os consumam

Consumam e conte a eles

Como realmente é sua alma.