Trovão

Eu, sentada em meu Jardim Secreto,

Observo as passagens da vida mundana

Transeuntes enaltecendo ignorância como regra,

Substancialmente perdidos em sua involução humana.

Paulatinamente sinto trovões ardendo em minha mente

Que, insana, busca soluções para si mesma reveladoras,

Afim de se proteger do inatingível e invisível meteoro

Dos julgamentos infindáveis e das mentiras generalizadoras.

Eu, sentada frente à floresta infinita de oportunidades,

Vejo o fio cortante no céu agora não mais distante dessa quimera,

E essa luz acentua-me dentro de mim mesma cada dia mais

Na busca dos segredos nunca revelados sobre essa 'emiliaesfera'.

Pois que olho para dentro desse abismo que em mim se habilita,

Saltando num longo e delicioso mergulho liberto de teias e fios de seda,

E, frente ao espelho da Verdade, fito vagarosamente os olhos nublados

Ali, inocentemente espelhados e pergunto para aquela que em mim habita:

Eu não, mas e você? Tem medo de trovão?

(Emília Ract - 27/05/2019)