Visão de Alívio

Estou neste ponto onde eu parei

nessa parada onde eu estacionei

pois que nunca mais eu caminhei

e um justo bom transporte eu esperei

No ontem aqui eu me encontro sentado

nesta bobagem com uma tralha do passado

e observo a mim mesmo aqui parado

o ser não-ser no mesmo lugar conservado

Pensei eu que seria algo diferente

e que teria algum retorno de repente

num tempo em que não haveria enchente

em que todo dia haveria sol nascente

Ainda paralisado, esperando sigo

ao Universo soprando ar eu digo

levado ao esmo olhando o umbigo

porque nem mesmo me desaparecer consigo

Tenho com os olhos vermelhos, rasos e carmins

muitas visões verdes de sedas e cetins

de anjos que me curem aos males e afins

vindos de trono celeste e sejam serafins

Suas asas-refúgio quebrem o instante

e que me tragam um louco dia brilhante

assim concedam ao bobo ser caminhante

alívio dessa noite angustiante.

Joseph Shafan
Enviado por Joseph Shafan em 05/11/2005
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