Sol Noturno

Metamorfoseando-se por entre minúcias viscerais,

uma organicidade unitária se faz

Atriz e espectadora da própria transformação.

Luz e vertigens;

Persegue, maravilhada, o feixe luminoso

Cercado de escuridão.

Por entre círculos, desenha seu voo;

não tem fome de nada,

só de luz.

O passado, em crisálida,

Resplandece à noite;

Transformada,

A noiva noturna não anuncia morte,

Mas a pós vida.

Não foi em vão que viveu a rastejar

Por entre garranchos e predadores,

E ao destino também nada deve;

ferida foi pela enésima vez.

Ao despertar do profundo sono,

Já deixou para traz o rastejar vão.

Agora plana à noite buscando a própria luz,

sendo a própria escuridão;

Não a busca na incerteza, mas na certeza de encontrar;

Ao mirá-la, ainda distante, modela seu voo.

Não precisa de mais nada, nem de descanso.

Da inquietude soturna

Desbrava, serena, a dimensão secular.

Teron Nadori
Enviado por Teron Nadori em 07/11/2019
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