DESCREVENDO O INDESCRITÍVEL
Caminhando pelos vales sombrios da vida,
nos recônditos da existência humana, o homem se sente abandonado.
Turbilhões de dúvidas surgem como que a tragá-lo.
O silêncio da falta de respostas é gritante e traz consigo a desolação.
O tempo passa como um relâmpago deixando suas marcas no rosto.
Como dar sentido a essa loucura que se chama VIDA?
Como descrever o indescritível ou atingir o inatingível?
Desacelere!... desacelere!... desacelere!
A vida é muito bela para ser passada despercebida.
Olhando sutilmente ao redor, nas pequenas coisas aparentemente fúteis,
nelas percebe-se uma grandeza que restaura a alma cansada.
O sorriso de uma criança a brincar, mostrando que os momentos de esterilidade
de nossa vida são ínfimos diante da alegria de partilhar.
A brisa que acaricia nosso corpo num dia ensolarado, manifestando
que temos tudo aquilo do qual necessitamos.
Aquele telefonema inesperado, nos lembrando que em algum
lugar existe alguém pensando em nosso bem estar.
O doce cântico dos pássaros, revelando que não devemos ficar ansiosos
com os mistérios que nos aguardam o amanhã.
A correnteza e o burburinho dos rios e cachoeiras, apresentando aos
nossos olhos e ouvidos que a vida está em constante renovação.
A luz do sol de um novo dia a nascer, tornando visível a continuidade da vida
e enche de esperança o coração dos que ainda acreditam em mudanças.
O brilho prateado da lua enche de encantos as noites estreladas,
evocando ares de magia, encanto e espiritualidade.
A vida é muito bela para ser passada despercebida.
O que seria dos grandes momentos da vida se não fossem
os pequenos acontecimentos.
Uma praia não poderia oferecer a sua beleza aos nossos olhos de contemplação,
se não fosse pela existência dos minúsculos grãos de areia que a compõem.
Não deixe a vida passar, nem se prenda aos grandes momentos ou
aos mistérios que a vida ainda lhes reserva.
Seja um observador daquilo que somente os olhos não podem apreender.
Enriqueça sua vida com as coisas que para a maioria das pessoas
é desprezível, fútil e sem valor.
Descreva às pessoas ao seu redor a beleza das coisas que
não se podem descrever.
A vida é muito bela para ser passada despercebida!