Ode à genialidade

não deixe o seu gênio encarcerado

nas masmorras frias e desconcertantes

não se esconda na selva social degradante

que o quer sem voz pálido e anulado

não se baste como um boneco só e articulado

deixe que a sua genialidade faça estragos

e lhe traga um cariz de verdade verdadeira

ouse capitanear o seu navio em águas desgovernadas

ouça o rugir das águas que estalam no cavername

e receba os salpicos das ondas poderosas no casco

abra os braços e sorria para o grasnar das gaivotas

seja terra e porto seguro para aqueles que o procuram

deixe-os levar um pouco daquilo que o faz diferente

nos tons do seu sentimento e na pureza do olhar

nunca deixe ninguém comandar o seu barco

ele é seu e está a si destinado e acorrentado

atreva-se a desejar o que de melhor tem a vida

ofereça-se à experiência de exibir a sua arte

e não se deixe morrer nunca sem mostrar genialidade

à vida ofereça o que de melhor existe em si

tenha muita coragem grite e solte as amarras

há sempre alguém que o espera na outra margem

pronto para abraçá-lo e levá-lo para casa

não tenha medo de perder a sua outra imagem

decente e condizente com o orgulho social

a vida são dois dias e o seu gênio é imortal

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 31/01/2020
Reeditado em 31/01/2020
Código do texto: T6855112
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