Eu vi.

No horizonte de meu para-brisa

vejo a rua, vejo o céu, vejo o mundo em movimento

ouço minha respiração e um turbilhão de pensamentos

que caminham sobre minha eternidade que tudo observa

e evito ir a fundo para não perder o momento.

mas nunca estive tão fundo

Tudo caminha em mim, enquanto neles não me agarro.

Os sons deslizam sem tocar.

Meus movimentos conscientes por incrível, não me arrancam do lugar.

e sem saber, eu sei.

e sinto o som do silencio falar sem voz por baixo de todos os sons.

e já nao desejo ser nada.

e de fato nada sou

na imensidão desse todo que me tornei.

sem separação, sinto intensamente a cessação da sensação.

e já nao preciso voltar, nem querer voltar, embora eu volte sempre.

não estou isento de dor e facilmente na ilusão já estou,

mas ja não sou o mesmo, pois eu vi.

Atma Jordao
Enviado por Atma Jordao em 19/02/2020
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