Eu vi.
No horizonte de meu para-brisa
vejo a rua, vejo o céu, vejo o mundo em movimento
ouço minha respiração e um turbilhão de pensamentos
que caminham sobre minha eternidade que tudo observa
e evito ir a fundo para não perder o momento.
mas nunca estive tão fundo
Tudo caminha em mim, enquanto neles não me agarro.
Os sons deslizam sem tocar.
Meus movimentos conscientes por incrível, não me arrancam do lugar.
e sem saber, eu sei.
e sinto o som do silencio falar sem voz por baixo de todos os sons.
e já nao desejo ser nada.
e de fato nada sou
na imensidão desse todo que me tornei.
sem separação, sinto intensamente a cessação da sensação.
e já nao preciso voltar, nem querer voltar, embora eu volte sempre.
não estou isento de dor e facilmente na ilusão já estou,
mas ja não sou o mesmo, pois eu vi.