Eau de parfum

Lá fora, breve e tímido clareio

Um brilho fosco nesse cenário

Na cama, da noite revigorada,

Uma mulher... lençóis sedosos

Na languidez da manhã, enleada

Desperta, como que em transe...

A luz aquece o corpo (in)tenso

Há tuberosas, o lírio, a baunilha ...

Há doces projeções de essências

Naquele ali, notas doces sentidas

Sim! Apareciam nela, (in)contidas...

Também banhada, por lua-nua

Antes, na madrugada - insânia;

O aroma é de outrora, do limiar,

Quando do preparo, o de porvir

Daquela- da espera, a do sentir...

E por tanta fixação, projetou,

Trouxe à tona manha sedenta

Aquela, vinda para os deleites,

Ah! A lhe ferver, às entranhas,

Ecoos de suspiros, artimanhas...

A transcender perdas

O cansaço da labuta

Dores e

(Dis)sabores:

o gourmand naquela pele.

Então sorria... da própria essência.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 09/04/2020
Reeditado em 09/04/2020
Código do texto: T6911180
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