Eau de parfum
Lá fora, breve e tímido clareio
Um brilho fosco nesse cenário
Na cama, da noite revigorada,
Uma mulher... lençóis sedosos
Na languidez da manhã, enleada
Desperta, como que em transe...
A luz aquece o corpo (in)tenso
Há tuberosas, o lírio, a baunilha ...
Há doces projeções de essências
Naquele ali, notas doces sentidas
Sim! Apareciam nela, (in)contidas...
Também banhada, por lua-nua
Antes, na madrugada - insânia;
O aroma é de outrora, do limiar,
Quando do preparo, o de porvir
Daquela- da espera, a do sentir...
E por tanta fixação, projetou,
Trouxe à tona manha sedenta
Aquela, vinda para os deleites,
Ah! A lhe ferver, às entranhas,
Ecoos de suspiros, artimanhas...
A transcender perdas
O cansaço da labuta
Dores e
(Dis)sabores:
o gourmand naquela pele.
Então sorria... da própria essência.