O Barqueiro imortal - parte I
Numa frágil barca
com seu frágil remador
reside o barqueiro imortal
Experienciando o amor e a dor.
a gosto da frágil barca
e do frágil remador.
Que nunca olha pra trás,
pois rema com tanto fervor.
Sem ter tempo jamais
para a vida interior.
O remador um dia, cansado,
de remar sem onde ir,
à deriva, se pergunta
afinal, por que nasci?
E buscando a resposta,
olha por todos os lados
e vê pela primeira vez
Atrás, na popa do barco
Um Ser de intensa luz
que o deixa muito intrigado.
Quem és tu, ser luminoso?
Que fazes na retaguarda?
absorto, nunca te vi.
Es para mim um fantasma
Passei a vida inteira
te levando por esta jornada
Cego a tamanho esplendor
que habitava minha morada
diga, onde quer ir?
E não te faça de rogado
és um hóspede ilustre
e ti sirvo de bom grado.
O barqueiro nada diz
mas sorri tão satisfeito
ansiava compassivo
o olhar do companheiro.
Sabia que o despertar de Um
refletiria no mundo inteiro.