O Barqueiro imortal - parte I

Numa frágil barca

com seu frágil remador

reside o barqueiro imortal

Experienciando o amor e a dor.

a gosto da frágil barca

e do frágil remador.

Que nunca olha pra trás,

pois rema com tanto fervor.

Sem ter tempo jamais

para a vida interior.

O remador um dia, cansado,

de remar sem onde ir,

à deriva, se pergunta

afinal, por que nasci?

E buscando a resposta,

olha por todos os lados

e vê pela primeira vez

Atrás, na popa do barco

Um Ser de intensa luz

que o deixa muito intrigado.

Quem és tu, ser luminoso?

Que fazes na retaguarda?

absorto, nunca te vi.

Es para mim um fantasma

Passei a vida inteira

te levando por esta jornada

Cego a tamanho esplendor

que habitava minha morada

diga, onde quer ir?

E não te faça de rogado

és um hóspede ilustre

e ti sirvo de bom grado.

O barqueiro nada diz

mas sorri tão satisfeito

ansiava compassivo

o olhar do companheiro.

Sabia que o despertar de Um

refletiria no mundo inteiro.

Atma Jordao
Enviado por Atma Jordao em 14/04/2020
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