OLHANDO O MAR

Um bando de gaivotas sobre o mar,
Um mar ondulado, exuberante,
Um sonante progresso,
De um barco a vela.
Entre a moldura da janela,
Alguém a contemplar...
Um olhar que se nivela,
Com a linha perpendicular,
Alguém a sonhar...
Já que viver, não é o bastante,
Alguém a poetizar,
A lançar versos,
Na vespertina influência,
A se perder na transparência,
Do panorama matizado.
Alguém no fazer da poesia,
Libertária rota,
Traçado alado,
E a transmutada ousadia,
De ser uma gaivota.
Alguém em voo,
Em amplificado ressoo,
Em entorpecido enleio,
Em meio,
Aos versos que criou.
Alguém a se envolver,
A dizer:
-Na poética travessia,
Eu posso, eu sou.

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 HLuna
Na transmutada ousadia,
ser gaivota por um dia,
de que podes, estou certa, acredito
é magia, ousadia, é poesia.
Ah, poeta... é tão bonito...