Espasmos do Coração
Xingo com o furor febril dos exilados,
A inexistência de conceito que recorde
Origens que se perdem num acorde,
Ou na sinfonia de sonhos não gritados.
Da metafísica os terrenos alagados,
Pelas lágrimas duma dor que morde.
Um panteísmo triste que transborde
Em sóis sangrentos nunca inaugurados.
Na escravidão da vontade me exilo,
Com a fleuma, do guerreiro que tranqüilo,
Que recebe o derradeiro sacramento.
Caio num mistério doloroso e inerte
Enquanto, minha alma se diverte,
Com os espasmos do meu sentimento!