O Branco

O branco é uma lágrima funérea.

É um frio que dói e que arde os ossos

como ler Dostoievski.

Como as noites brancas dos invernos em São Petesburgo.

Tem o gosto insólito da medicina, e dos quartos cancerígenos cheios de penicilina e morfina psicótica.

É o vento glacial que forma as estalactites perversas nos olhares

de ursos polares.

O branco é uma pureza enfadonha, que nunca foi alcançada.

E é a mistura de todas as cores,

Sendo a ausência cruel e concreta de qualquer existência

ou desistência.

Ai, plástico cheiro de esterilização...!