Motim

De repente ouço luzes

Meus olhos dizem loucuras

E minha boca se cala

Minhas mãos andam perdidas

Meu coração suspira

E minha boca se cala

De repente paro o tempo

Meu beijo voa ao vento

Meu mundo na ante-sala

Meus pés dispensam a busca

Meu ventre, sem véus, estremece,

Meu sonho rejuvenesce.

Minha alma exporta o silêncio

A minha pele traduz incêndio

E minha boca já não se cala.

Tua voz invade meu templo

Aconchega-se em meus seios

E em minha boca se instala.

E juntos treinamos o amor

Surtos de kama sutra e cabala

Além do querer que exala,

Minha boca, então, fala.