Interstício
Vagueia no tempo um amor brilhando
E o medo nos expele seu tóxico receio;
Caminha teu sorriso como se andando
E a música ecoasse aberta em teu seio!
Que distante reponta neste longo veio?
Que vento neste lado vem a nós chorando?
Que morte de mim a mim vem de permeio?
Que verbo sagrado a esta luz me vem custando?
O que passa é como o rio pleno de algum veraneio,
É como o som sem som no vento que segue voando,
É como o belo que de tão belo se desnuda fraco e feio.
E tudo escuro, claro se faz anunciando
O que medo se diz _ e na dor que ateio
Vai sem ser morrendo, este morrer velando!