Interstício

Vagueia no tempo um amor brilhando

E o medo nos expele seu tóxico receio;

Caminha teu sorriso como se andando

E a música ecoasse aberta em teu seio!

Que distante reponta neste longo veio?

Que vento neste lado vem a nós chorando?

Que morte de mim a mim vem de permeio?

Que verbo sagrado a esta luz me vem custando?

O que passa é como o rio pleno de algum veraneio,

É como o som sem som no vento que segue voando,

É como o belo que de tão belo se desnuda fraco e feio.

E tudo escuro, claro se faz anunciando

O que medo se diz _ e na dor que ateio

Vai sem ser morrendo, este morrer velando!

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 06/02/2021
Código do texto: T7178050
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