Subjetividade

Que lugar é este tão complexo?

De tantos mistérios e encantos?!

Diversidade que chama o nexo

Enigmas em cada canto

Na metade da jornada

Numa curva acentuada

Encontra-se a sua entrada

De aparência inusitada

Um espelho gigantesco

Um imenso retrovisor

Ali me vejo a mim mesma

E tudo que já se passou

Uma placa me convida:

"Entre e conheça mais!

Defina o curso da sua vida

E aprenda com o que ficou pra trás"

A entrada é tão estreita

Não tem como se virar

Do passado só a imagem

Que o espelho tem a mostrar

Então eu decido entrar

A princípio com certo medo

Este mundo começo a explorar

Tramas, sagas, segredos

No início jardins floridos

Tudo é riso e fantasia

Uma menina brinca tão livre

No seu mundo de alegria

Dali colho algumas rosas

Perfumadas de inocência

E a alegria tão gostosa

Que embala a existência

Continuo a caminhada

E encontro um grande lago

De águas turvas e agitadas

Devo passar para o outro lado

Olhando as águas turvas

Procuro o meu reflexo

Mas são revoltas e escuras

E a imagem não tem nexo

Pego um barco chamado coragem

E começo a travessia

Que aventura esta passagem!

Cheia de medos e euforias

Dali eu levo a coragem

E uma importante lição

A vida é uma aventura

E nem sempre sentimos o chão

Continuo a viagem

Agora por firme estrada

Por vezes com linda paisagem

Por outras escura e assombrada

Espinhos e flores

Pedras e areia

Alegria e dissabores

A longa estrada permeiam

No inverno, frio e geada

Sol escaldante no verão

Assim é esta jornada

Depende da estação

Tem vales e montanhas

Pra descer e escalar

Exige-me muitas façanhas

E força pra continuar

Dali eu levo as cicatrizes

Pelo tempo em mim tatuadas

Elas são pra mim diretrizes

De como continuar a jornada

Após esta visita incrivel

De aventuras e descobertas

Dirijo-me ao mundo visível

Onde a porta está sempre aberta

O fim da trajetória

É o ponto de partida

Parece contraditório

Mas essa é a jornada da vida

Que mundo é esse afinal

De surpresas e novidades?

É um lugar oculto e real

A dimensão da subjetividade

Na curva da estrada da vida

Muitos sons ecoam de lá

É urgente que se decida

Ouvir para continuar

O rumo do futuro

Depende dessa visita

A este mundo tão obscuro

Que define o sentido da vida.

Elaine Monte
Enviado por Elaine Monte em 19/05/2021
Reeditado em 19/05/2021
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