Poema Lunar (só pra ter título)

A lua estava branca. Branca como a noite. A noite é o espelho sem fundo da lua. Lua branca como o lençol que me cobre. Que cobre o meu corpo, doce morada da luz. Luz branca, doce luz do luar, corpo do céu.

O tempo se atreve, o tempo se retorce no murmúrio do rio. O tempo descaroça o espaço para nos preencher com o seu vazio. Derramamento. O tempo flutua num lago cheio de peixes multicores. Já não há tempo.

Doce lua, marulhar gostoso. Meu corpo se alivia sob o lençol alvo. Os cabelos da noite dependurados sobre as casas dão à paisagem uma impressão de poesia. Os homens fluem além da carne e ironizam o tempo, tempo que não nasceu ainda, tempo que é.

Vagner Rossi

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 08/06/2021
Código do texto: T7274395
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