SOBRE AS ROSAS - (EM PARCERIA COM PAULO DAVINO)

POEMA DA ROSA

"Era uma existência mais elevada que as outras,entre o céu e a terra, acima das tempestades;algo de sublime.Quanto ao resto do mundo,estava perdido,sem lugar determinado e como se não existisse".

G. Flaubert

Às vezes a chuva cai e traz consigo meus pensamentos

Mais impossíveis.

Ontem,por exemplo,pensei e sonhei

Dominar o dialeto das Rosas.

Bailantes ao vento elas choravam,

Sob o negro das nuvens e o beijo das águas.

Achei que tinham medo da morte...

Quando o Sol surgiu vermelho no horizonte

As Rosas me pareceram ainda mais belas

E já não choravam:

- Ouvi Cânticos,de amaríssimos acordes,

Ressoando seus mais dulces sons de éter e firmamento.

Então perguntei:

- Aquela tristeza era porque chovia e vocês poderiam ter suas raízes

arrancadas pela força da tempestade?

Elas me responderam:

- Não.Chorávamos de felicidade,pois a chuva nos deu

a força e a graça de poder espalhar nossas sementes

e assim perpetuar a vida.

E acordei do meu sonho.

Carregava na mão uma Rosa,

Que já não precisava falar.

Eu a entendia perfeitamente.

E um sangue feroz brotava em mim

Numa ferida feita por espinhos que eram meus.Somente meus.

E eu não sabia.

Samantha Medina

Recife,Agosto de 2007.

PARA AS ROSAS

Em chuvas torrenciais caem meus pensamentos

Possíveis e impossíveis, todas as manhãs.

Hoje, por exemplo, pensei o impossível ser possível

Dominei os espinhos das rosas e as entendi.

Elas estavam chorosas, suplicando ao vento

Sob o manto negro das paixões e alvas esperanças noturnas.

Tornei impossível o medo da morte

Soprei mais forte em ventania

Clareei como um dia depois da chuva

E elas, as rosas, sorriam enxugando suas lágrimas:

-Oh! Moço solar, conseguimos entender-te,

seu sopro, sublime sopro,preencheu-nos com força

e sussurros balsâmicos em melodia etérea.

Então perguntei:

-Peçam o que mais desejarem, que poderíeis pedir

além de espantar a vã tristeza noturna?

Elas responderam:

-Carece então de trazer luz e calor, comedidos, para que as nossas sementes

alcancem com graça, beleza e força, a eternidade e os corações mais rústicos.

Veio a luz da realidade em mim

Afugenta meus pensamentos

Deixa a lembrança surreal em si.

Eu entendi perfeitamente...

Nas minhas mãos ficara as marcas

Feitas por espinhos das rosas

Que só beleza e amor não esqueciam.

Paulo Davino

31-10-2007

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 08/11/2007
Reeditado em 25/10/2010
Código do texto: T728671
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