Trapo
Eu hoje estou um trapo
Igual mortalha em farrapos
Tecido de algodão
Misturado ao corpo podre
Um morte que geme sua dor.
O cheiro da flores margaridas
Misturasse ao de putrefação
Coração deteriorando
A saudade que habita
Este ar vazio do caixão.
Dei o último adeus em vida
As pessoas estando vivas
Na existência que inerte estava
O frio da noite e o silêncio
Continua iguais da madeira que cobre-me.
Jazigo ou chão batido
Não pergunto onde me encontro
Morri em vida sentindo
A linha fina curta ceifada
Nós últimos suspiros da morte física.
Thiago Sotthero