Floresta Morta
Floresta Morta
Eis que uma réstia de luz primaveril
Numa floresta morta, penetra suave.
Adentra-lhe em profundidade, sutil,
Com a perfeição mecânica da chave...
Abre os caminhos essa luz suavizada,
Delicada fonte de amor, pura, natural!
Como a alma, num corpo, agasalhada,
Toca-lhe o seio frio, mas doce, angelical...
Sob o negro manto, quem sabe u’a porta,
Uma passagem da dormência para a vida,
Passagem das feras, nesta floresta morta...
Oh, bem-vinda luz, que rasga a escuridão,
Desabrocha a volúpia, clâmide esquecida,
Fonte da centelha mágica, e nossa ilusão...