O Juízo Final

Um ronco profundo anunciou a profecia,

Como um animal gigantesco que se debatia

Em trejeitos loucos e brutais no hórrido caos...

Não era mais dia; "as terras tremeram e se abriram.

Algo surreal estava acontecendo" e ardia,

Em gárgulas de fogo que vomitavam e riam.

Todas as criaturas deixaram, por fim, de respirar

Como seres condenados pela natureza branda.

Queriam implorar, mas não havia mais tempo...

Estavam petrificados, impuros e sós, ao relento.

Nada iria salvá-los daquele triste fim celestial.

Os mais velhos vieram pedir misericórdia...

As crianças choravam estarrecidas e inocentes...

As mulheres imploravam pelos seus amores ardentes

E os horrores anunciavam uma morte santa,

Não fosse uma imagem que parou o holocausto:

"A bela moça dançava entre o caos,

Sua leveza semelhante à de uma pena".

Fazia lembrar uma deusa pura, terna e serena,

Como uma réstia de amor e esperança...

O rugido da fera e o vil estertor do desamor

Pararam de fustigar nas cruéis lembranças...

A bailarina perpetuava-se em gestos de dança

E fazia lembrar um anjo que descera à Terra.

Por um instante, a besta sorriu e se calou...

O Sol e a Lua vieram na garupa do vento

E abriu-se uma roda de luz em torno daquela mulher

Que rodopiava agora muito mais leve e amena

Na sua leveza doce e serena, feita uma pena...

Nota: Este poema é um exercício criativo de desenvolvimento textual, a partir de duas frases impostas (entre aspas no texto) e aparentemente antagônicas.

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 25/03/2022
Reeditado em 25/03/2022
Código do texto: T7480655
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