Dos instantes transcorridos III

Pudera eu ter o dom de fazer com que meus instantes durassem o quanto eu decidisse que deveriam...

ah, se eu aprendesse ao menos, se eu soubesse o que fazer do agora, ameaçador, impiedoso...

Tempo que me escraviza, controla meus passos incontroláveis,

abafa minhas respostas - sutis ou diretas,

trai meus sentidos, engana meus olhares,

envolve de névoa e cheiro de naftalina tantos lugares e tantas pessoas...

Tempo perverso!, fazes de mim um ser que de tão disperso não se encontra,

parte em tempos distantes,

parte aqui e agora, com uma parcela sempre à espreita, do lado de fora,

sussurrando, de leve: não deves ser, é perigoso... e então, sempre passa, passa.

Clarissa de Baumont
Enviado por Clarissa de Baumont em 26/11/2007
Reeditado em 26/11/2007
Código do texto: T752864
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