Apresento-me para você...

Olá meu querido!

Tenho um presente pra você!

Permita-me desculpar-me,

Pois este momento é a única coisa que posso lhe dar.

Algo mais à frente, tenho certeza que não entenderia...

Apesar de você sempre querer chegar lá.

Sou um filósofo morto por vocês

Que vivem os desfrutes deste momento...

Fico na lei do desalento,

De mente e alma abertos aos ventos do relento...

Um póstumo, cujas palavras e sentimentos vocês não entenderão.

Não valho nada!

Mas muitos que devagar devagam, gostam de pensar da maneira contrária...

Meus queridos... Não me confundam com notas de papel

Ou metal que os ricos jogam no chão.

Prefiro ser comparado às outras notas num papel,

Que nutrem os lamentos pobres e nobres de minha geração.

Sou a música na espera de seu fim,

Um pássaro no caminho do verão,

A nascente rumo à foz,

O desespero que cai na fossa,

O toque e o gol bonito,

O amor e o encontro,

A determinação e o título do objetivo levantado ao alto!

Sou parte magnífica do teu viver,

Sou aquilo que lhe faz crescer,

Sou seu nascer e também o padecer,

A derrota, a glória, a abordagem, e o sistema,

O choro do faminto,

A vaidade irada da inveja do glutão...

Sou a expectativa do amigo que quer saber

Se o outro amigo gostou do CD que lhe foi emprestado...

Sou o popular e o erudito,

Sou a vontade de copular e a punheta do padre bendito,

Sou a doçura das palavras e a maldade das frases montadas...

O básico, e o ácido,

Sou aquilo que não sei quem sou...

Sou a introdução e conclusão,

Deus e o diabo,

Rotação e translação,

Inércia e gravidade,

Preguiça e esperteza!

O antônimo da Simone,

E o sinônimo da Antônia.

Sou eu,

O rico ditador Galileu,

E o coitado fútil imperador Alemão...

Aquele que interpreta os anseios dos escritos das linhas da tua mão...

Teu destino, vida, morte,

A sorte dos textos feios e menos lidos...

Sou eu, sou você...

Chamo-me Senhor Tempo, e não vou te esquecer.