A Eterna

Moribundo no leito do nosocômio

Sendo nostálgico, narrando sua juventude.

Passantes há pensar mandá-lo ao manicômio

Arcaica voz afônica, sem plenitude.

Arauto da paz sepulcral, anjo celeste.

Pousa perto daquele que se mete

Entre lembranças, ausência de seu amor.

Mas na solidão de saber, sábio como cinza.

Mesmo sabendo que o fim se aproxima

Arpeja desarmônico á vinda celestina

Que o levasse para longe das dores

Não dores das moléstias que o assolam

Mas do terrível mal da saudade

Que com o passar de tua idade

Apenas lavrou a esperança dispersa

E implorou que deixasse única coisa

Única lembrança, de revela ainda me resta esperança.

As únicas coisas que o consolavam a vida

Que não fosse desperdiçada e esquecida

Como quem vive sem amar, deixasse essa lembrança.

Em sua beleza divina e altiva

Concordou e em resumida explicativa

Disse com clamor imponente

-Tu homem conheceste o amor verdadeiramente.

-E de todos os pecados e tormentos,

Não haveria paixões e nem argumentos

Que permitisse a ti tal reminiscência

Mas o amor verdadeiro lhe indica uma saída.

Pois então aceito, amigo celestial.

Disse o homem sem saber ao certo.

-Tu morrerás e renascerás com tal lembrança

Não saberás de onde vem nostálgico amor.

-O alivio para tua alma será a pena

E o preço de tua chance será a sina.

Que sinos dobrem, o que o amor profeta.

Pois tu nascerás poeta.

JOTA “Saudade do que nunca existiu”

AS MIL POESIAS,

Jota Reis
Enviado por Jota Reis em 29/11/2007
Código do texto: T758082